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sábado, 8 de junho de 2013

Thomas Edison, RCA Victor, Beatles e Pink Floyd: Dissecando e analisando o famoso LP- Parte 1

Todos aqueles que tem mais de 15 anos certamente sabe o que é um disco de vinil. Bolachão, LP ou simplesmente disco, ele é alvo dos fãs mais saudosistas da musica em geral. E vem, surpreendentemente, sobrevivendo as eras digitais com certo exito. Ate hoje gera interesse. Tambem pudera, as maiores obras-primas da historia foram registrados naqueles discos pretos de 12 polegadas e meia. Desde Beatles, Stones, Pink Floyd, Led Zeppelin ate musicas populares de respectivos paises, o auge da musica mundial passou pelo vinil. E hoje sendo item de coleção, relembra aos mais velhos uma epoca que a musica era feita pela arte, e não pelo dinheiro. Aqui vai uma breve historia do disco, embarquem nessa viagem de mais de um seculo e meio.

Parte 1: A invenção e evolução da midia musical


Na segunda metade do seculo XIX, houve uma grande explosão tecnologica, nos quais foram lançadas as bases da camera fotografica, da filmadora e, claro, das midias musicais. Nesse contexto, o fonografo de Thomas Edison pode ser considerado o grande pioneiro da gravação e reprodução das musicas. Algumas tentativas anteriores ao fonografo foram feitas, no entanto, o invento de Edison foi o primeiro a “vingar”. O aparelho consistia em um cilindro com sulcos coberto por uma folha de estanho. Uma ponta aguda era pressionada contra este cilindro e, conectados à ponta oposta, ficavam um diafragma (uma membrana circular, cujas vibrações convertiam sons em impulsos mecânicos e vice-versa) acoplado a um grande bocal em forma de cone. O cilindro era girado manualmente e, conforme o operador ia falando no bocal, a voz fazia o diafragma vibrar, o que fazia a ponta aguda criar um sulco análogo na superfície do cilindro. Quando a gravação estava completa, a ponta era substituída por uma agulha e o cilindro era girado no sentido contrário: a máquina desta vez reproduzia as palavras gravadas e o cone amplificava o som. (Wikipedia)

Abaixo, foto de Edison ao lado de um exemplar de seu invento.


Mais um exemplar, um dos poucos que perduram ate hoje



 Para fazer o teste, Edison recitou o canto popular estadunidense “Mary Had a Little Lamb”, o que é amplamente considerado a primeira gravação de voz humana da historia.

O fonografo pode ser, propriamente dito, o pai da industria musical, pois pela primeira vez uma musca podia ser gravada e reproduzida. No entanto, o sistema de cilindros não resistiu por muito tempo, sendo substituido por um equipamento inventado pelo homem que dirigia a (hoje) lendaria RCA Victor. Entrava em cena o gramofone  e o disco de goma laca.

Disco de goma-laca, Berliner e RCA Victor

Conhecido tambem como disco de 78 RPM, os discos de goma-laca foram a primeira grande forma de veiculação de musica. Foi inventado pelo alemão Emil Berliner, em 1870 e comercializada 15 anos depois. Ele inventou tambem o aparelho que tocava tal disco, o gramofone.


Acima, Emil Berliner com seu gramofone. Abaixo, exemplos de discos de goma-laca.



Berliner divergia de Thomas Edison em relação ao formato a ser adotado para armazenar a gravação sonora, invento ainda recente. Edison apostou nos cilindros de cera, de duração de 1 a 4 minutos, que possuíam menor ruído, porém de menor alcance sonoro (que deixaram de ser produzidos em 1912). Em um primeiro momento a invenção de Berliner foi encampada por uma famosa empresa alemã de brinquedos, que o vendia como tal, junto com um gramofone de dimensões reduzidas.
No final da década de 1890, Berliner criava a Gramophone Company, existente ainda hoje com o nome de EMI (Electric and Music Industries), importante selo no mercado mundial da música. A velocidade e o formato, porém não estavam ainda definidos. Havia discos de 76, 79, 80 rotações, e os tamanhos variavam de 15, 17, 20, 25 a 30 cm. Tal divergência advinha dos diferentes métodos e técnicas de gravação desenvolvidas pelas primeiras marcas, ainda no início do século XX. (Wikipedia)

Nesse contexto, surge aquela que pode ter sido uma das primeiras gravadoras propriamente ditas da historia. Quem não se recorda de, ao menos uma vez na vida, ter visto a imagem de um cachorro olhando para um gramofone, ouvindo a gravação da voz de seu falecido dono? Uma imagem inusitada, capturada pelo irmao do falecido, tornou-se simbolo instantaneamente reconhecivel na musica. A imagem foi cedida à compania de Berliner, Gramofone Co. e deu, posteriormente, origem a famosa RCA Victor.







A popularização desse equipamento, tanto quanto gravação como reprodução gerou um “boom” na industria fonografica. O Congresso dos Estados Unidos passa a convocar musicos de musica popular (tanto branca como negra) para deixar registros de seus talentos. Isso ocorreu sobretudo nas decadas de 30 e 40 do seculo XX.







 Algumas gravadoras foram mais alem, e buscaram mais a fudo registrar grandes talentos para lucrarem com o comercio de discos. O exemplo mais conhecido talvez tenha sido as tres sessões de gravação das lendarias 29 musicas do rei do blues Robert Johnson, na cidade de San Antonio, Texas, feitos pela Brunswick Records e lançadas pela Vocalion.



Na Parte 2, veremos como surgiu o disco feito com o material vinil (propriamente dito) e passearemos pelo auge da musicalidade contemporanea, e como o vinil influenciou artisticamente e foi responsavel por registrar , tanto musicalmente quanto nas artes das capas, os maiores talentos que passaram por aqui.

domingo, 30 de setembro de 2012

Afinal, qual a diferença entre Hard Rock e Heavy metal?


Afinal, qual a diferença entre Hard Rock e Heavy metal?

Este é um assunto que traz diversas controversas há pelo menos 40 anos. A geração pos-beatles trouxe frutiferos talentos no que diz respeito ao rock pesado e ao rock progressivo, com o punk rock aparecendo em seguida. No entanto, os famosamente controversos “rotulos” são motivos de discussão ate hoje.
O grande exemplo é o caso dos tres monstros sagrados do Rock: Black Sabbath, Deep Purple e Led Zeppelin. Por alguns apontados como Hard Rock, para outros Heavy Metal, mas há um consenso ao dizer que foram bandas decisivamente influentes em ambos os generos, oferecendo sonoridades, tecnicas, tematicas e visuais que serviriam muitissimo bem as bandas posteriores.
Mas afinal, qual a diferença entre Hard Rock e Heavy Metal?
Vamos partir pela premissa regional: Na Inglaterra, bandas como The Who, Cream e Jimi Hendrix Experience já eram chamadas de heavy metal, mesmo antes dos famosos trajes de couro e tematicas apologistas. Ou seja, para os ingleses, tudo é metal, ate mesmo Helter Skelter dos Beatles. No EUA, o termo hard rock surge como uma evolução de seu tradicional blues, o que coloca, para eles, a Santissima Trindade (Purple, Zep, Sabbath) nesse genero, já que ambas as bandas tem forte influencia de tal musica. Define-se como heavy metal o movimento surgido a partir da segunda metade da decada de 70. No Brasil segue-se essa mesma classificação, sendo o Hard Rock chamado de “Rock Pauleira”, que é uma tradução literal, por assim dizer.
Para separar entao, de forma justa, as bandas de Hard e Heavy, vamos levar em conta as opiniões dos proprios musicos.
Os membros do Cream, Zep e Purple sempre afirmaram, abertamente, que odeiam o genero chamado “Metal”, e o que eles faziam era Rock. Os membros do Sabbath nunca viram problema no rotulo, a ponto de Bill Ward afirmar, recentemente, que sente-se orgulhoso de ter participado da criação de algo do âmbito do Metal. Portanto, a grosso modo, da Santissima Trindade, podemos classificar Zep e Purple como Hard Rock e o Sabbath como Metal.
Os tres conjuntos contribuiram demais para o Metal. O sabbath forneceu a tematica e o peso, enquanto o Zeppelin influenciou nos solos virtuosos e no estilo agudo gritado do vocal, enquanto o Deep Purple contribuiu com a influencia da musica erudita. Mas, ter criado algo não torna o criador parte de sua criação. Um homem pode construir um robô, mas nem por isso ele mesmo sera um robo. Continuara sendo um ser humano. Isso ocorreu com Zep e Purple, mas podemos considerar, sim, o Sabbath como uma banda de Metal apesar de sua forte raiz no Blues.
Outra coisa a se levar em conta: a influencia basica de tais generos. O hard rock tem fortes raizes no blues, enquanto o metal possui grande influencia da musica classica/medieval, pois afinal de contas, no caso dos anos 70 e 80, o peso era praticamente o mesmo. O que coloca, novamente, Zep e Purple no genero Hard Rock.
Como disse o jornalista Ian Christe, certa vez, pode tambem ser levado em conta ao definir com certeza o Heavy Metal: “No meio da década de 1970, a estética do heavy metal podia ser identificada, como uma criatura mítica, no baixo temperamental e nas guitarras duplas complexas do Thin Lizzy, na teatralidade de Alice Cooper, nas guitarras estridentes e nos vocais exibidos do Queen, e nas questões medievais tonitruantes do Rainbow.... o Judas Priest chegou para unificar e amplificar todas estas características diferentes da paleta de sons do hard rock. Pela primeira vez o heavy metal se tornava um gênero de verdade, por si só”

A grosso modo podemos levar em conta esses criterios ao separar o vermelho do avermelhado. Podemos considerar tambem que houveram as segundas gerações, tanto do Hard quanto do Heavy, mas com diferenças mais significativas no ambito visual.

Espero ter ajudado com algumas referencias para esclarecer essa eterna disputa!
Para facilitar um pouco as coisas, classificarei aqui as bandas mais “mainstream” como exemplo:

Hard Rock: The Who, Cream, Steppenwolf, Led Zeppelin, Deep Purple, AC/DC, Motorhead, Kiss, Free, Aerosmith, Grand Funk Railroad, Van Halen.
Heavy Metal: Black Sabbath, Budgie, Vanilla Fudge, UFO, Judas Priest, Scorpions, Iron Maiden, Rainbow

Blog aberto a discussões

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Pokemon para Android


Oras, mas em um blog de guitarra, o cara posta link para jogar Pokemon no Android?? Sim, meus caros, paixão antiga minha que veio antes da guitarra. Quem ja jogou isso, no comecinho do seculo, sabe como é a sensação de ouvir a musiquinha e se sentir em 1999 de novo... Quando achei o emulador, DE GRAÇA para Android, resolvi: Compartilharei isso com o mundo. E, em nome da velha melancolia, aqui vai links para baixar o emulador e as ROMS:

http://www.mediafire.com/?3tc4f232bv4pkt1 GBCoid, é suportada em quase todas as versões do Android, e o melhor, de graça. So instala, bonitinho, roda muito bem...


http://www.ziddu.com/download/15303595/PokemonCrystal.zip.html
http://www.ziddu.com/download/15303591/PokemonBlue.zip.html

Pokemon, Crystal e Blue respectivamente, no site pode ser encontrado praticamente todos os jogos ja lançados para Game Boy. Ah, e caso tenha o emulador no seu pc, as roms funcionam no GBCoid. Basta colocar o arquivo no Smartphone.

Nesse site voce encontra outros jogos para Game Boy tambem
http://www.roxdownload.net/rm/gbc/
Espero ter ajudado!! Keep on rock'in!!

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Os Beatles atravessaram a rua



Ontem, no dia 08/08/12, a foto da capa do "Abbey Road" dos Beatles completou 43 anos. Foram nada menos que geniais fazendo capas extremamente trabalhadas como a do Sgt Peppers ate capas simples como a citada acima, gerando um “culto” do mesmo porte. De forma grosseira, eles apenas atravessaram a rua, mas a travessia que John, George, Paul e Ringo realizaram foi muito mais profunda e decisiva como parece.
Abbey Road foi o fim dos Beatles e da decada de 60. Apesar de Let it Be ser o ultimo a ser lançado, Abbey foi o ultimo a ser gravado, e sua tematica geral foi basicamente um resumo de toda a trajetoria dos Fab Four. John e George fazendo musicas sobre suas amadas (Something e I Want You) e Paul fez uma sequencia de musicas, que de “You Never Give me Your Money” ate “The End” ele praticamente explicava os motivos por tras da separação deles, e o que poderia vir pela frente. Paul fechou com chave de ouro a carreira do grupo mais bem-sucedido da historia.
Eles atravessaram a rua. Não somente a calçada do estudio Abbey Road. Do lado que deixavam pra tras, estava os anos 50, do Rhythm n’ Blues acelerado, do Rock n’ Roll, em direção aos anos 70, do Hard Rock, do Heavy Metal, do Art/Prog Rock, do Punk Rock, deixavam pra tras suas influencias, e caminhavam em direção ao seu legado. Os anos 50, de todo o tradicionalismo, hipocrisia e conservadorismo, foi seriamente combatido nos anos 60. E os Beatles de certa forma participaram disso. De “I Wanna Hold Your Hand” ate “A Day in the Life”, muito foi feito, muita coisa aconteceu e o mundo definitivamente não era mais o mesmo.
            Atravessaram a rua, deixando para tras o Rock n Roll ingenuo de Elvis em direção ao Rock pesado e tecnico do Sabbath, Zeppelin e Purple. Deixaram os acordes empolgantes de Chuck Berry em direção ao rock espacial, conceitual e progressivo de Pink Floyd, Velvet Underground e etc. Deixaram pra tras uma sociedade hipocrita, cinza, de cabelos curtos e roupas longas em direção a pessoas que se vestem da forma que bem entendem, com cabelos compridos e ideias diferentes sobre sexo, drogas e rock and roll. No meio da rua, haviam The Who e Cream, mas não tao imponentes quanto aqueles que atravessaram. Primeiro John, que introduziu a politização nas letras de rock. Depois Ringo, que mesmo recebendo tantas criticas teve relevante participação na evolução da forma de tocar bateria, segurando as baquetas como um martelo, e nos Beatles fazendo o que era necessario. Depois Paul, ah, Paul, o grande coringa do Rock, grande revolucionario e cabeça do rock e dos Beatles, que para alguns morreu anos antes dessa foto, mas sendo Paul McCartney ou Billy Shears, foi sem duvida um dos maiores genios da historia. E por ultimo, mas não menos importante, George, um dos primeiros “Guitar Heroes”, que tinha um talento imenso, porem ofuscado por dois talentos ainda maiores. Os Beatles atravessaram a rua, atravessaram uma decada, atravessaram algo que eles mesmo haviam criado, o que viria pela frente seria so o começo.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

A historia da guitarra double neck

Instrumentos de cordas com dois ou mais braços já existiam desde a Renascença. O advento da guitarra de corpo solido, como já descrito nesse blog, aumentou a gama de possibilidades da guitarra eletrica, bem como permitiu que diversos talentos desenvolvessem variações na guitarra. Um grande exemplo foi a Multi-neck guitar.
Se perguntarmos a qualquer guitarrista qual seria o instrumento que gostaria de ter no seu set, ou em sua coleção, aquela guitarra que é seu sonho de consumo, certamente a maioria desses musicos teria a Double Neck em sua lista. A guitarra Double Neck, ou guitarra de dois braços, ou gemea (nomenclatura variavel com a região) tornou-se um instrumento iconico nas maos de Jimmy Page, do Led Zeppelin, quando executara Stairway to Heaven. Depois dele, varios  guitarristas viriam a usar a famosa Gibsnon EDS-1275, como Zakk Wylde, Slash, Ritchie Sambora, e existiram tambem variações, como as guitarras ambidestras em forma de V e X de Michael Angelo Batio, baixos de varios braços  e tambem guitarras de ate 8 braços. Mas a pergunta é: Page inventou a Double Neck?

O lugar que a double neck nasceu é exatamente o mesmo lugar em que nasceram os musicos que foram tambem grande inspiração de Page e do Zeppelin (inspiração tamanha que gerou problemas judiciais ao Led). Jimmy bebeu da fonte da musica sulista dos EUA, incorporando elementos do delta blues, chicago blues, jazz, soul e musica country. Mas Jimmy Page não pegaria da musica country apenas a forma de tocar. Foi justamente com esses musicos que surgiria a double neck.
Nascia, em 1955, no sul dos Estados Unidos uma guitarra diferente- Ainda bem que passou por mudanças.



Em uma tranquila região dos EUA havia um jovem e promissor luthier chamado Semie Moseley.  Ele trabalhava em uma fabrica de guitarras chamada Bigsby, mas como todo visionario, logo ele viu que seu emprego atual não lhe dava vazão a suas ideias. Passou a trabalhar em um modelo que tivesse 3 braços: Guitarra, banjo e bandolin. No entanto, esse instrumento tinha um enorme agravante: Pesava aproximadamente 15 Kg.  Depois disso, passou a procurar um “figurão” da musica country. A partir de contatos que tinha de estações de radio, chegou ao talentoso Joe Maphis. Ele sugeriu ao luthier diminuir o peso e tamanho do instrumento, para que fosse possivel toca-lo em pe. Moseley então deixou de lado a ideia de fazer ela maciça e de tres braços e contruiu ela oca e com apenas dois braços.
 
Nesta época, havia outro guitarrista que ficaria famoso por usar uma guitarra gêmea. Isto porque ele estava ao lado de Maphis quando Moseley chegou com o instrumento novo. Um garoto extremamente talentoso e com apenas 12 anos de idade, chamado Larry Collins. Ele fazia uma dupla country com sua irma, The Collins Kids. Maphis passou a admirar e respeitar esse promissor garoto, e lhe ensinou muito sobre o instrumento, a ponto de usa-lo em 100% de suas apresentações
A famosa EDS-1275

Como visto nesse mesmo blog, desde a decada de 50 a Gibson passara a fabricar guitarras solidas. Inspirados nos modelos de Moseley, em 1962, então, lançaram um modelo similar a sua SG, mas com dois braços: Uma craviola no braço de cima e uma guitarra no braço de baixo.Seu funcionamento é similar as Les Paul/SG, instrumento de braço colado com dois humbuckers com controle de tom e volume independente para cada. Esse modelo permaneceu sem interesse geral por muito tempo, ate que um dia um certo guitarrista apareceu com um modelo cereja de escudo preto e ferragens douradas. Pode-se estimar que, da mesma forma que Jimmy Page tenha tido acesso as raras gravações do grande Robert Johnson, ele certamente ouviu falar dos The Collins Kids e da guitarra de dois braços de Larry. Dai em diante, o resto é historia. A Gibson parou de fazer esta guitarra nos anos 80 e não voltou a fazer até o começo dos anos 90, agora, marcando o numero de série atrás do headstock do braço de 6-cordas e não mais no de 12-cordas. A EDS-1275 agora só esta disponível nas cores cereja ou branco alpino pela Gibson Custom Shop e não é mais um modelo produzido regularmente. A Epiphone (subordinada de baixo-custo da Gibson) faz uma cópia da doubleneck, vendendo-a como o modelo G-1275.

Um simbolo, um desejo, uma necessidade. Seja qual for o motivo que o leve a desejar uma multi-neck, com certeza opções é o que nao faltarão. Então, se divirta nessa galeria, e vida longa a guitarra eletrica!
Alguns curtem EXAGERO:


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A historia da guitarra, parte 2: Os mestres e pioneiros da Guitarra Eletrica

 

No capitulo anterior, falei sobre como as necessidades dos guitarristas impulsionava sua evolução. Deixando agora a estrutura de lado, falarei agora da alma da guitarra, suas diferentes tecnicas e os grandes genios que criaram todas as tecnicas que nós, guitarristas, estudamos hoje.
    Apesar de simples, a guitarra nos possibilita uma infinita variedade de sonoridades, de tocabilidade assim como tambem a tecnica que cada guitarrista usa. A forma tradicional e mais usada é tocar com uma palheta em uma das maos e pressionar as cordas a fim de se obter as notas ou acordes com a outra mao. No entanto, tambem é comum guitarristas tocarem com a mao e tambem com o Slide. Ao longo dos anos, varios guitarristas nos mostraram o quanto podemos ir longe usando apenas 6 cordas e 22 casas.

Os criadores da guitarra distorcida

A guitarra ao longo dos anos adquiriu status não so de um instrumento, mas tambem de um mito, algo que complementa perfeitamente o talento do musico que o porta. Atualmente, o pensamento que prevalece de “guitarra” é aquela guitarra selvagem, distorcida, cheia de harmonia e efeitos variados. Essa imagem foi construida principalmente a partir da decada de 50, e podemos considerar que essa guitarra teve 3 grandes criadores: Muddy Waters, Link Wray e Jimi Hendrix.

Muddy Waters



McKinley Morganfield (4 de abril de 1915 - Condado de Issaquena, Mississippi – 30 de abril de 1983 - Westmont, Illinois) foi o grande e maior pioneiro da guitarra eletrica. Enquanto os artistas de sua epoca alternavam entre o violao e a guitarra sem distingui-los de sua devida forma, Waters foi o primeiro a dar-lhes essa distinção, e foi o primeiro grande guitarrista da historia. Chamado constantemente de “o criador da eletricidade”, é assim chamado pelo fato de ter consolidado a guitarra eletrica na formação das bandas de blues. Foi ele que criou as primeiras harmonias exclusivas para a guitarra, alem de consolidar o formato de 12 compassos para o blues. Muddy, alem disso, foi o primeiro a explorar a potencia maxima de seus equipamentos, o que de certa forma dava a caracteristica “distorcida” da guitarra. Foi Waters que insinuou pela primeira vez o verdadeiro potencial da guitarra.

Link Wray



Fred Lincoln Wray Jr, mais conhecido como Link Wray, nascido em 1929, nos Estados Unidos da América. Apelidado de “o padrinho do power chord”, Link Wray permanece no entanto praticamente desconhecido, apesar de ter determinado em muito o caminho do rock’n’roll atual. É ele o elo perdido entre os guitarristas de blues dos anos 60 e os “deuses” da guitarra que apareceram depois: Jimi Hendrix, Jeff Beck, Jimmy Page…
Com efeito, depois de Link Wray nunca mais a guitarra eléctrica foi a mesma. Principalmente, após o estrondoso sucesso de 1958, «Rumble». Wray deu um novo sentido à guitarra, acrescentando-lhe a distorção e o feedback. Além disso, foi ainda o pioneiro dos power chords, a base da maioria do rock contemporâneo.
(trecho retirado do genial texto publicado no site www.ruadebaixo.com)
De fato, a importancia de Link Wray na guitarra eletrica, sobretudo nos seus sucessores da decada de 60 permanece esquecida, ate mesmo ignorada, ofuscada principalmente pelo sucesso comercial do Rockabilly de Elvis Presley. Link de fato foi o primeiro a usar, propositalmente, o posteriormente chamado “fuzz box”. Inspirado em Wray, anos mais tarde Ray Davies “detonou” os auto falantes de seu amplificador para obter o famoso timbre de “You Really Got Me”. Poucos anos depois de Rumble, tambem, o tal fuzz box foi usado por Eric Clapton na musica “Heart Full on Soul”, dos Yardbirds. Apesar do fraco reconhecimento na America, Link teve um impacto estrondoso na Inglaterra. Pete Townsend disse certa vez que Link foi o guitarrista que “deu uma nova direção para a guitarra”, tanto pela distorção quanto pelo Power Chord. Power Chord que, alias, separou definitivamente a guitarra eletrica do violão. Link foi o responsavel por esta separação definitiva. Feito isso, Link deixara o campo livre para que surgisse o homem que transformaria a guitarra, e ele mesmo, no maior mito da historia dos instrumentos de corda.





Jimi Hendrix

Qualquer coisa que se fale sobre Hendrix nesse post seria inutil. Algo que já não se tenha falado, aclamado ou intensamente repetido. Em uma analogia comparativa a crença cristã, Muddy Waters seria Moises, Link Wray seria o Rei Davi e Jimi Hendrix seria Jesus Cristo. Jimi simplesmente uniu todas as tecnicas criadas por Muddy Waters, a ideia de distorção e power chords de Link Wray e ainda adicionou a receita seu talento inimaginavel e indiscritivel. O resultado foi aquele que, sem duvida, foi o guitarrista mais visceral e versatil que já pisou nesse planeta.



A imagem de Hendrix é frequentemente associado a certos equivocos, leigos frequentemente atribuem a ele a invenção do uso da distorção, assim como consideram ele o primeiro guitarrista solo completo, ou ate suas performances explosivas. Ele teve um papel fundamental na popularização do fuzz box, octave e wah-wah, no entanto não foi o primeiro a usar. Gravaçoes de bandas como Yardbirds, Beatles, Who, Kinks e o lendario Link Wray já faziam uso dessa tecnologia, e o grande inventor dos pedais era um rapaz chamado Roger Mayer.
Mayer não era guitarrista, passava longe disso, ele era um engenheiro acustico que vinha trabalhando em um dispositivo que controlasse o feedback eletronico, ou o “volume sobre volume”, efeito que causa o famoso fuzz box. Roger passou a se dedicar ao desenvolvimento desse dispositivo devido a demanda forte de musicos que buscavam o timbre de Link Wray na musica Rumble. Ele construiu então os primeiros pedais e os vendeu, basicamente, aos musicos ingleses que já tinham certa repercursão por la, que foram Jimmy Page e Eric Clapton. Pete Townshend adquiriu alguns tambem, alem de Geoge Harrison. Com o crescente uso dos pedais de distorção, Roger Mayer foi apresentado a um jovem guitarrista americano que tinha acabado de chegar a Inglaterra. E o resto é historia.







Jimi Hendrix tornou-se amigo de Mayer que o usou como cobaia para testar dois novos pedais que acabara de desenvolver, o Octave e o Wah-Wah. Estas invençoes podem ser percebidas com muita clareza no album de estreia de Jimi, “Are You Experienced?”, Purple Haze consolidou de uma vez por todas o uso de pedais de distorção nas musicas de Rock.
Jimi Hendrix incorporou a sua tecnica e a sua musica uma infinidade de influencias. Ele conhecia muito bem os dois unicos guitarristas cuja importancia fora maior que a sua, Waters e Wray, incorporando os fraseados baseados em escalas pentatonicas, os power chords, fuzz box e os 12 compassos. Jimi fora tambem muito influenciado por Little Richard, ele mesmo declarou que sua intenção era fazer com a guitarra o que Richard fazia com sua voz. Os guitarristas ingleses do inicio da decada de 60 tambem foram grande influencia, o maior de todos com certeza foi Eric Clapton, mas Hendrix tambem incorporou elementos dos Beatles, do The Who, The Kinks e dos demais grupos ingleses de sua epoca. O grande diferencial de Jimi foi unir todas essas influencias distintas e adicionar ainda sua incrivel genialidade e uma forma de tocar como nunca havia se visto antes. Seu talento e sensibilidade musical gerou grandes classicos como Purple Haze, Hey Joe, Fire, Voodoo Child e tantas outras. Hendrix fora essencial para definir a musica dos anos 70, abrindo caminho para os mosntros sagrados Black Sabbath, Led Zeppelin e Deep Purple, alem de varias outras bandas de Hard Rock e Heavy Metal que viriam.